Um dia desses, quando uma das minhas residentes, a Fernanda, me perguntou qual o tema do próximo post, eu havia dito que eu gostaria de escrever sobre cozinha contemporânea. Entretanto, quando comecei a escrever, percebi que antes teria que falar sobre a nova cozinha francesa.
Nas décadas de 70 e 80, houve uma evolução da cozinha francesa em busca de sabores mais naturais. Saem de cena os pratos de cozimento prolongado com a utilização de molhos mais pesados e passam a fazer parte das refeições pratos que procuram preservar as características mais originais dos alimentos. Há uma preocupação com a apresentação estética dos pratos.
A visão jocosa de que os pratos ficaram bonitos mas muito pequenos é originada nesta mudança.
A estrutura da refeição permaneceu basicamente a mesma, estruturada em entradas frias e quentes, seguido de primeiro e segundo prato principais e as sobremesas para serem degustadas.
Paul Bocuse considerado um dos pais da Nouvelle Cuisine teve um restaurante no Rio de Janeiro e era grande apreciador da nossa feijoada.
Vista, inicialmente, como uma revolução na culinária francesa, podemos considerar esta nova cozinha como uma evolução natural. Na minha visão pessoal, todos os fatos que se seguiram, em busca de uma cozinha mais saudável, menos calórica, agora com o conceito de alimento orgânico, fazem parte da evolução da cozinha.
É claro que existe um viés de sofisticação, mas isto é peculiar da haute cuisine française, seja ela clássica ou nova.
O outro pilar da cozinha ocidental, a gastronomia italiana, também teve um processo semelhante, chamado por muitos de nuova cuccina, embora seja possível identificar uma diferença regional entre o sul e o norte da Itália. Fique claro que não acredito que uma seja melhor do que a outra, simplesmente são diferentes e igualmente saborosas.
